quinta-feira

despertar I

Certas vezes o silêncio vem aliado a uma imensidão vazia vinda não sei de onde. Como se grandes espaços vagos ondulassem ao meu redor; mas ao abrir os olhos o espaço define-se como próximo e - não raro - opressivo. É um sentimento indefinido, de difícil caracterização. A iminência de obrigações cotidianas, o céu alvo, brilhante e estéril, essa amplificação dos ruídos que o silêncio traz, o claustro bem tolerado da metrópole, a solidão. Nesses momentos, internalizo o deserto e torno-me nômade, beduíno, caravana e miragem de mim. Como a aérea tartaruga marinha bicentenária e imensa dos meus sonhos flutuando na vastidão dégradé dos oceanos mais profundos.

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