sexta-feira

W. Herzog

D. Desculpe-me por não bater à porta... Eu sou Conde Drácula.

L. Eu sei quem você é. Eu li o diário de Jonathan. Ele escreveu tudo que se passou em seu castelo, enquanto esteve lá.

D. Não se preocupe, ele não morrerá.

L. Sim... ele irá. A morte nos cerca. Estamos todos à mercê dela. Os rios continuam a fluir sem nós. O tempo voa rasteiro. Mesmo as estrelas... elas vagam em nossa direção duma estranha maneira. Apenas a morte é certa. Apenas a morte é cruel.

D. Morte é crueldade contra aquele que dela não suspeita. Mas isso não é o que eu percebo enquanto cruel. Cruel é quando não se pode morrer, mesmo quando se quer. Dê-me um pouco do seu amor... que você deu a Jonathan.

L. Nunca. Esse amor eu não darei nem a Deus. Se Jonathan não pode me ter... então, ninguém mais poderá.

D. Se eu quiser, ele reconhecerá você. Mas antes, venha e dê-me seu amor. Só então lhe devolverei seu marido. Quanto a mim... a ausência de amor... é a mais abjeta das dores.

L. O poder de meu amor o trará de volta para mim. E você pode ficar certo... nem o inimaginável deter-me-á. Boa noite.

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