Lhes é ofensiva pois há séculos lhes é enfiado na cabeça que o prazer é ruim, traz a perdição e a ruína não só nesta vida, mas para toda a eternidade; e o sofrimento é bom, pois purifica, renova e liberta. Assim como o trabalho, que nunca deixou de ser uma fonte de sofrimento na humanidade, liberta. Mas isso ressoa mais profundo em alemão: Arbeit macht frei. Essa era a inscrição nos portões dos campos de extermínio nazistas. Que receberam apoio não só ideológico como material da igreja católica. Igreja cujo líder, Ratzinger, não só fez parte da juventude hitlerista e abrigou acusados de nazismo quando o terceiro reich caiu, como acobertou acusados de estupro contra crianças na época que era cardeal, ou bispo, ou acerbispo, ou qualquer coisa que o valha. Por outro lado, os estadunidenses precisam vender suas bugingangas inúteis e suas ideias pífias para todo o mundo, pois eles crêem ser os representantes mundiais da liberdade, apesar de terem iniciado inúmeras guerras e financiado um tanto de outras com o objetivo muito claro de exterminar, pilhar e impor. E os portadores de sua cosmogonia monossilábica vêm atingindo relativo sucesso por essas bandas de cá, abaixo do equador, em aniquilar todo traço de cultura autêntica, de pensamento autônomo, de economia alternativa de subsistência. Culturas, pensamentos e economias que são perseguidas não só por aqueles portadores de cosmogonias monossilábicas, mas por todos os seus advogados. Advogados que recomendam o trabalho, a dor e o sofrimento contra aquela sensação perigosíssima que é o prazer.
Perigosa pois mostra, numa concentração e num nível tão altamente invioláveis, o poder individual, a liberdade que o amor proporciona, a capacidade revolucionária de se sentir vivo, humano, de não aceitar o que nos reduz, de não ser tolhido em nossas escolhas pela imposição violenta da imbecilidade e da cegueira enquanto verdades metauniversais. Esse poder vem quando o chamamos honestamente, sem o ranço da culpa, de peito aberto, olhando nos olhos de um outro autêntico, do Grande Outro, do objeto A. É aí que moldamos nosso lar. E é para aí que vamos quando o desgosto para com a exacerbação da mediocridade e a apologia da escravatura nos acerta em plena segunda-feira, após um feriado repleto de méis, luares, sons e olhares.
Não fiquemos calados.
2 comentários:
thanks for the image that brought sweet dreams
" well you know...we all want to change the world..."
Postar um comentário