O nevar da planície nua e selênica
espalha flocos de vidro branco
ao entornar as cores reais em cápsulas
que engulo ao ver o sol de inverno.
Despir-me de cidades frias e luminosas,
remover da pele o metal vivo
e receber no ritornelo da alma
o fluxo dos matizes rubros.
quarta-feira
segunda-feira
devaneio racional
A consciência tenta constantemente infundar sua semente no inconsciente -- ao mesmo tempo em que este luta para desmembra-la, dilui-la. A consciência vale-se de um núcleo de auto-identidade e de produção de alteridade, o complexo do "eu", para tentar compreender a sombra e produzir o conhecimento. Essa produção é a engrenagem sutil, central e perene que jaz no centro das aspirações fáusticas da humanidade. O chamado complexo do "eu", no entanto, é um conjunto de relações auto-centradas de relativa fragilidade. Num plano microcósmico, deve enfrentar traumas, dissoluções e mistérios. Macrocosmicamente falando, no entanto, nota-se um inchaço da sua importância ao longo dos últimos séculos, e a ascensão da subjetividade ao trono do mundo marca nosso pensamento.
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